Brasil é o 2º país com mais casos de cyberbullying no mundo, segundo pesquisa
25/10/2021 Bullying e CyberBullying, Educação Digital, Especialista em Direito Digital, Palestras sobre CyberBullying
Os casos de violência virtual acontecem de forma inesperada e constante, principalmente nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp. Existem formas de prevenção ao cyberbullying nas escolas que são pouco discutidas, mas úteis para os dias atuais.
Segundo o Instituto de Pesquisa Ipsos, o Brasil é o 2º país com mais casos de cyberbullying contra crianças e adolescentes. O termo define práticas de violência que acontecem em ambientes virtuais, como, por exemplo, o caso de Lucas, filho da cantora Walkyria Santos. A falta de compaixão, tolerância e respeito, conforme consta da lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação, são as principais caracteristicas do cyberbullying.
Conforme afirma a advogada especialista em direito digital, Ana Paula Siqueira, “passamos muito tempo nas redes sociais e na internet e a maior parte das pessoas desconhece seus direitos e deveres do mundo digital – afinal, internet não é terra sem lei”.
Para acabar com o cyberbullying, de acordo com a UNICEF, não basta denunciar os agressores, é preciso reconhecer que todos merecem respeito – online e na vida real. Esse reconhecimento ocorre por meio da educação digital compassiva, conforme consta da pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. De acordo com especialistas ouvidos nessa pesquisa, se uma criança não for cuidada emotivamente logo no início de sua vida, ela pode ter diversos problemas no futuro, como fobias, transtornos de ansiedade, depressão e tendência ao suicídio.
O que é educação digital compassiva?
Uma solução para esse problema, segundo especialistas, é a Educação Compassiva, que enriquece mais ainda a vida estudantil da criança, tendo um foco maior em sua inteligência interpessoal. Sendo assim, ela foi criada com o objetivo de cobrir os “buracos” que o estudo convencional não conseguiu, tanto que os casos de bullying e cyberbullying não param de acontecer nas escolas, conforme consta da pesquisa do Instituto de Pesquisa Ipsos.
A educação compassiva trabalha com o princípio básico de que o psicológico vai estar sempre atrelado ao ser humano, independentemente de onde ele esteja e o que esteja fazendo, online ou offline. Dessa forma, ao treinar a inteligência interpessoal desde muito cedo, a criança consegue ter mais controle de problemas como a ansiedade e atenção. A maior parte das escolas não conhece esse conceito, por essa razão dos casos de cyberbullying assombram os coordenadores todos os dias do ano letivo, fato que se comprova com as estastíticas alarmantes de casos de cyberbullying, segundo o Instituto de Pesquisa Ipsos.
Educação digital compassiva
Para aplicar a cultura de paz exigida pela lei de diretrizes e bases da educação, a especialista Ana Paula Siqueira afirma que o objetivo da Educação Digital Compassiva é muito semelhante com o que foi feito no EAD (Ensino a Distância), com uma diferença essencial: a empatia, cidadania, resiliência e direitos fundamentais são explicados de forma simples para alunos de todas as idades e para professores e familiares. A advogada alerta que o termo “Educação Digital” é usado de forma equivocada como sinônimo de manuseio de computadores, tablets e smartphones, sendo que especialistas afirmam que é comum pensar que o bem educado digitalmente é aquele que sabe programar, jogar, gravar mensagens, mandar textos e editar fotos, mas isso não é educação digital.
A educação é a forma essencial para a redução da violência, conforme estudo realizado pela UNICEF.
Prevenção contra o cyberbullying
Pedagogos relatam que durante o ensino básico das crianças são estabelecidas as principais bases acadêmicas que serão carregas por ela durante a vida, o que vai influenciar diretamente na sua capacidade de aprender novos conteúdos dali para frente. O artigo 26 do Marco Civil da Internet é muito claro ao dizer que os princípios básicos da educação, o incentivo ao uso seguro, consciente e responsável da internet em todos os níveis de ensino, como ferramenta para o exercício da cidadania, promoção da cultura e desenvolvimento tecnológico.
Em tempos de pandemia, “os casos de cyberbullying aumentaram de forma exponencial”, conforme afirma o consultor Alfio de Siqueira da Class Net Treinamentos e Educação Digital. O consultor relata que “em razão do aumento de casos, as escolas e universidades estão investindo cada vez mais na capacitação dos seus professores, justamente para atender o artigo 4º da lei do bullying e evitar indenizações milionárias”.
O acolhimento dos pais e das escolas é fundamental, conforme consta das cartilhas informativas da UNICEF. O bullying pode ocorrer devido ao sotaque, condição física ou financeira ou gênero sexual, gerado pela intolerância dos pares com as diferenças, sem limitação de idade, conforme consta do texto da lei.
Terapeutas familiares afirmam que para ser um cyberbullie (valentão, agressor digital), não é preciso ser o mais forte, o mais popular ou o mais temido do grupo; agora basta apenas ter acesso a um celular com internet. O poder de destruição do cyberbullying sobre as vítimas é maior, porque o público, aquela plateia que “assiste” os ataques, ultrapassa as fronteiras da escola e repercute de forma mundial na internet, conforme consta da cartilha de prevenção ao bullying inseridas em diversas redes sociais. Isso ocorre porque as ofensas se transmitem com grande velocidade para outras esferas de convívio da vítima, como os amigos, familiares e colegas, conforme consta do manual antibullying feito pelo Ministério Público de São Paulo.
É importante dar esperança para as vítimas do cyberbullying e mostrar a elas que não estão sozinhas e denunciar os casos para as autoridades competentes.
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